Pedro Pereira Dias, 64, metalúrgico, bem que poderia ser considerado o “porteiro” do Jardim Bertioga (região leste), por conta da quantidade de portões e grades que já produziu para a vizinhança. Morador há 20 anos no Parque Residencial Aeroporto 3 (subdivisão do Bertioga), ele trabalha no próprio quintal, na profissão que exerce desde os 12 anos. Aposentado, há cinco anos realiza os serviços em casa, uma residência simples, porém, organizada, localizada no número 45 da rua Pioneira Maria Joana Bueno de Souza.
Trabalho por escolha, pela comodidade, não por falta de oportunidade
Dias não faz anúncios. Segundo ele, a propaganda é feita na base do “boca a boca”. A pessoa gosta do trabalho e divulga para os amigos, família e, assim, ele ganha novos clientes.
O metalúrgico atende a população do bairro principalmente nos pequenos consertos. Grades, portões e qualquer reparo em ferro e outros metais. Ele conta que já havia trabalhado em casa antes. “Voltei a trabalhar em uma empresa, mas agora decidi ficar em casa de vez”, diz. Dias afirma que não é por falta de emprego que optou por trabalhar em casa. “Trabalho por escolha, pela comodidade, não por falta de oportunidade.”
Dos moradores do bairro, segundo ele, a maioria já passou pela oficina da rua Maria Joana Bueno de Souza. “Se você andar aqui pelo bairro e perguntar para os moradores, vai perceber que a maioria dos portões fui eu que fiz”, afirma.
Entre 1996 e 1998, o metalúrgico passou a trabalhar em uma empresa de tapeçaria montando as estruturas de bancos para caminhões. “Quando comecei a trabalhar em casa, os clientes [da tapeçaria] descobriram e vieram até mim”, comenta.
Um desses clientes é Anivérsio José Machareti, 46, tapeceiro. Ele conta que conheceu Pedro Dias pelo “boca a boca”. “Fui indicado há 10 anos por um amigo que já faleceu, que era cliente de seo Pedro e gostava de seu trabalho”, diz.
De acordo com Machareti, além de consertar e fazer banco para caminhões, Pedro Dias é como um “pronto socorro”. “Quando preciso de algo, falo com ele que logo dá um jeito de resolver”, comenta.
Marcheti conta que por meio dos serviços prestados nasceu entre os dois uma relação de amizade. “Ele é uma pessoa muito legal e correta, faz tudo certo, tudo o que combinamos. E depois de 10 anos nasceu uma relação de respeito entre a gente”, afirma.