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“Eu diria para todos os jornalistas: ‘vá estudar direito’”

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Denian Couto atualmente é comentarista no Jornal da Massa (Foto: Renata Thomazi)

Denian Couto atualmente é comentarista no Jornal da Massa (Foto: Renata Thomazi)

Denian Couto Coelho é jornalista e advogado em Curitiba. Atualmente é comentarista na Rede Massa, comanda ao vivo, de segunda a sexta o Jornal da Massa, das 7h às 7h30, e o SBT Paraná, das 19h15 às 19h45. No dia 17 de setembro deste ano, o jornalista esteve em Maringá, na Semana de Comunicação da UniCesumar, para realizar uma palestra sobre jornalismo opinativo.  No final do evento, Denian Couto concedeu uma rápida entrevista para o Jornal Matéria Prima. Confira:

Atuar no jornalismo de opinião sempre foi o seu desejo?
Não. Eu queria ser repórter, queria e fui repórter. E eu acho que sou até hoje. O que mais sou é repórter. Tenho paixão por notícia. Mas, a opinião vem naturalmente, porque quando você se depara com a informação, quando domina a informação, não é exigível do jornalista que não exercite a opinião. Mas não fui para a faculdade imaginando, “vou ser um comentarista”. Isso nunca passou pela minha cabeça. Naquela época eu queria ser repórter de futebol, depois queria ser repórter de política, enfim, quase tudo.

O que faz com que o profissional avance é a capacidade de interpretação que ele tem

Como foi sua trajetória até chegar ao jornalismo de opinião?
Comecei como repórter de rádio, depois fui ser repórter de televisão, em seguida fui ser apresentador de rádio e também de televisão. Na verdade, trabalhei a maior parte da minha vida em mídia eletrônica. Também trabalhei em jornal, no Estado do Paraná, em Curitiba.

Qual dessas áreas você gostou mais?
O que eu gosto mesmo é de mídia eletrônica, radio e tevê, mas precisamente a tevê. Acho mais rica quando tem imagem, eu gosto mais.

O jornalismo opinativo é difícil?
Não é fácil. Exige um empenho desmedido. Eu vejo que, para você ter segurança para emitir uma opinião, no ar, por exemplo, exige um grau de dedicação, de estudo e de acompanhamento do noticiário muito superior a quem vai trabalhar meramente na reportagem ou na edição. O compromisso do sujeito que está na edição, é mais simples.  O compromisso do comentarista é muito difícil, suga muito. É o dia todo, não dá para parar um minuto. E, sobretudo, tem que dar ouvidos a quem pensa diferente de você. Porque se cercar de quem pensa igual a você, deixa tudo mais fácil, mas o melhor é ouvir quem pensa diferente.

É importante para o jornalista ter outra formação?
Eu acho. Principalmente o direito. Porque o direito te dá uma noção geral, mais densa. Eu acho que a compreensão do direito é fundamental. Eu diria para todos os jornalistas: “vá estudar direito”. Se você pode, não fixe só no jornalismo.

Qual a dica para quem quer ir para a área do jornalismo opinativo?
Uma dica, não só para o jornalista de opinião, mas para o jornalista em si e para o futuro jornalista: Leve a sério a formação profissional. Estude. Sempre saiba do que está falando. Por exemplo, vai fazer uma reportagem sobre qualquer assunto que seja, vá ao fundo. Não se contente só com a correria do dia a dia. O que faz com que determinado profissional avance, no sentido do mero texto narrativo para um texto informativo, é a capacidade de interpretação que ele tem. Isso só se dá com estudo e com dedicação. Tem que gastar a vida fazendo. Tenho um colega que faz comentários de 45 segundos em um jornal, ele só fala 45 segundos, mas ele trabalha um dia inteiro para gravar os 45 segundos, porque precisa ler tudo, saber de tudo, interpretar, formar a opinião dele, para ir para a televisão e dar a cara a tapa. Não é fácil.


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